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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Superação - por Dra Maria Amelia Bogea

Kadu, fiquei muito emocionada com o seu depoimento!!!

Gratidao é uma atitude nobre e rara! A sua média, Maria Amelia Bogea, é a mesma que a minha a 5 anos!!!!!

Nos momentos mais dificeis e agora mais felizes ela estava e está ao meu lado. Eu estou construindo um mundo melhor pela minha capacidade e por incrementar a minha capacidade!

Obrigada a vc e obrigada a médicos com Maria Amelia Bogeaque ajudam pessoas e serem melhores pessoas nesse mundo e a conquistarem algo totalmente impossivel!!!!!



www.bogea.com.br


Vamos em frente!
Abraços
Erica Bamberg

Comrades 2011: depoimento de Kadu Costa

09/06/2011 - 16:37 (Iúri Totti)

Dia 29 de maio de 2011, 5h30m, noite ainda e muito frio. Primeiro, a melodia de Nkosi sikelel' iAfrika (hino nacional do Congresso Africano), já gravado por Djavan no álbum “Meu lado”, em 1986. Depois, o som inebriante de Shosholoza, uma espécie de hino não oficial africano cantado em zulu por todos. Em resumo, Shosholoza significa todos juntos movendo o trem rumo às montanhas. E é exatamente isso que acontece, um trem de 19 mil pessoas juntas, correndo montanha acima. Depois da música, o canto do galo e, então, o tiro do canhão para a largada dessa espetacular jornada chamada Comrades. Marcia, minha mulher, ficara nas proximidades da largada e seguiria de ônibus de Durban para Pietermaritzburg, cerca de 90km. Eu segui em transe desde os primeiros acordes na pré-largada até o km 5. Não olhei relógio, não bebi nada, não pensei em nada, nenhuma estratégia. Apenas me deixei levar por aquela massa humana observada por uma massa maior ainda, acordada e incentivando todos que passavam nas primeiras horas daquela fria manhã.

Kadu Costa exibe orgulhoso a medalha da Comrades 2011

Passada a emoção inicial, o ritmo se estabeleceu e lá estava eu até o km 30 no ônibus sub 9h. Na primeira subida mais forte, puxei a cordinha e saltei daquele ônibus que certamente não me levaria muito longe. Estava forte demais e o caminho era longo. Desse ponto em diante, as experiências vividas nessa prova se multiplicavam a cada posto de hidratação, a cada criança que estendia a mão para um cumprimento, um aceno, um sorriso. Meu nome sendo gritado "well done Carlos", corredores dando boas-vindas à terra deles para aquela festa maravilhosa. Um outro puxou um mapa plastificado em plena subida para me situar onde eu estava naquele momento. Passávamos por verdadeiros corredores poloneses de espectadores, como acontece na Volta da França de ciclismo. A luta de um pequeno menino para arrancar minha luva direita quando correspondi a sua saudação, e, em seguida, a felicidade e agradecimento desse mesmo menino quando tirei o par e ofereci a ele, que permaneceu estático e incrédulo com aquele agrado.

Numa passagem mais dura, a imagem assustadora de um corredor apagando a um passo de mim. Ainda tentei segurar seu braço que, suado, não me permitiu fazer muita coisa. O coitado desabou de costas batendo a cabeça no asfalto e dizendo que estava bem ("I'm fine"). Não, ele definitivamente não estava bem.

Houve momentos de corrida plena, ultrapassando a tudo e a todos em ritmo de sub 10h, marcando pace firme na subida com um parceiro minhoca da terra. Assim foi até a última subida, Poly Shorts, a sete km da chegada. Bela caminhada, a famosa sopa de tamanco. Agora eu já ansiava por cruzar a linha de chegada e reencontrar a Marcia no estádio. Cansaço extremo, agora eu tinha a noção exata do meu feito. Reta de chegada, entrada do estádio, lágrimas brotando dos olhos sem controle.

Marcia na linha de chegada à espera do marido Kadu

Medalha no peito, 10h25m de tempo final, felicidade indescritível. Enfim, pude alcançar meu prêmio maior. A mulher que me fortalece e lá me esperava, certa de meu sucesso. Minha Marcia, staff profissional.